segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Conduzir com JS - Conduzir com «Finesse» - 2

É importante que se lembre, também, de verificar se consegue chegar aos principais instrumentos e ver os painéis mais importantes. Imagine-se com se estivesse no cockpit de um avião - deveria saber poder sempre alcançar e ver tudo de que precisasse.
Quando conduzimos um carro de competição toda a nossa intuição e concentração na obtenção do máximo rendimento. Quando se conduz na estrada, o objectivo deve ser o de concentrar todo esse esforço no sentido de obter uma condução calma em benefício dos passageiros e, ao mesmo tempo, tratar os outros com consideração.
A imagem do condutor entusiasta, como sendo um jovem espalhafatoso, um provocador dos diabos, nem sempre é, na minha opinião, a mais correcta. Se pensar nos maiores condutores mundiais de competição, nenhum deles obteve sucesso por conduzir de forma selvagem e imprevisível. A base do seu sucesso está na suavidade e na precisão; qualidades que eu sempre procurei aplicar na minha condução na estrada. Esta técnica resultou ao longo dos anos, comigo e com outros condutores de sucesso tais como Juan Fangio, Jum Clark, Niki Lauda e Alain Prost.
Não acelero o motor com violência. Mudo cedo de velocidade e travo com suavidade antes de reduzir. A travagem deve ser feita antes de reduzir, nunca o contrário. E, uma vez mais, as travagens devem ser suaves e progressivas.
Vale a pena pensar numa questão que se aplica, com igual validade, ao rendimento que de um carro de série quer de um carro de competição. Antes mesmo de tocar nos travões, pense na forma como retira o pé do acelerador. Não o faça repentinamente. Alivie com suavidade.
Se quiser comprová-lo, experimente conduzir na estrada e retire, de repente, o pé do pedal. Sente o solavanco? Agora volte a fazê-lo, mas, deste vez, aliviando progressivamente o acelerador. Neste último caso não existirá solavanco, e os seus passageiros nem sequer se aperceberão de que abrandou. A mesma técnica aplica-se ao pisar o travão de pé. Faça-o com suavidade, e antes de terminar o movimento de travagem alivie o pedal, como sempre, suave e progressivamente.
O mesmo sistema deve ser utilizado quando se alivia a embraiagem. Faça-o com suavidade, retirando o pé, para uma agradável utilização da potência do motor sem que sinta, na realidade qualquer movimento a iniciar-se. Quanto a mim, observo os meus passageiros pelo canto do olho e vejo se estão a ficar tensos, na expectativa de serem arremessados contra os encostos de cabeça, quando eu mudo de velocidade. Se estão, sei que tenho de ter mais calma.
Também pode ajudar o facto de mudar para uma mudança superior, mais cedo do que o normal.
Quanto mais cedo o fizer, menos abrupto é o efeito na estabilidade do carro e mais agradável será para as pessoas que transporta. E, lembre-se: quanto menor é a velocidade engrenada, mais cedo a deve mudar. Vale a pena experimentar fazer mudanças de velocidade e tentar perceber quando é que para o motor a velocidade é suficiente para engatar a próxima mudança.
Algumas pessoas pensam que quanto melhor for o condutor, maior é a quantidade de mudanças de velocidade que faz. Isso não é, de modo algum, verdade. Veja o caso da redução de velocidade quando da aproximação de um cruzamento. Existem os que reduzem de velocidade tantas vezes quantas sejam possíveis à medida que se vão aproximando do ponto onde têm que parar. Mas eu prefiro utilizar os travões, pois as pastilhas dos travões são mais baratas que as caixas de velocidade. Siga na direcção da curva, utilizando os travões, mesmo que vá em quarta velocidade e, na altura certa, ponha o carro directamente em segunda velocidade - mas não espere até que as rotações estejam a zero, as rodas fiquem bloqueadas e parte da frente do carro se incline, dramaticamente, para baixo. Numa boa condução, não há lugar para tal tipo de comportamento.

By Jackie Stewart
Posted by MB

3 comentários:

Anónimo disse...

Oh MB, tu tens a certeza que isto é do Jackie Stewart?
A mim parecem-me mais recomendações da Juventude Socialista!
Então esta história da condução em "finesse" é mesmo ao estilo Paulo Pedroso para não acordar os meninos no banco de trás.
Sugiro, desde já, que investigues as tuas fontes com maior rigor.
jst

Anónimo disse...

Já viste o site que te indiquei mais a abaixo?
Vê e depois diz-me se é para panilas, perdão, Paulo Pedrosos,tá?
MB

Anónimo disse...

JS será Jarbas Stewart.Não sabia que depois de ter deixado de correr,passou a fazer transfers.