quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Conduzir com JS - Conduzir com «Finesse» - 3

É possível conduzir com rapidez e eficiência sem se ser agressivo. Para além de se esforçar desnecessariamente o motor e a transmissão, todos esses arranques que o motor faz em cada velocidade só servem para informar o público da sua iminente chegada. Eles já o ouviram a um quilómetro de distância e estão só à espera que se dê um acidente. E, claro, se o nosso agressivo condutor se envolve num acidente, mesmo que não seja responsável, o simples facto de ele estar a conduzir de uma forma tão extrovertida, fará com que haja, automaticamente, tendência para lhe atribuir a culpa, mesmo na mente de qualquer observador desapaixonado.
As acelerações bruscas podem perturbar as características ideais de estabilidade, tanto num carro de competição como num de série, mas devemos ter sempre presente que um carro de série tem uma capacidade de oscilação consideravelmente mais suave e um movimento de suspensão muito maior que o seu companheiro de competição. Tem, também, mais movimento de direcção e mais oscilação lateral e longitudinal.
Consequentemente, um carro de série beneficia ainda mais ao ser conduzido com suavidade, da forma como descrevi. Isto também é valido quando se muda de direcção e, consequentemente, quando se faz uma curva.
Como condutor de corridas, o meu objectivo ao entrar numa curva era, com efeito, o de eliminar, ou pelo menos minimizar, perturbações no carro. Aplico exactamente a mesma técnica na estrada. Uma vez escolhida a trajectória para fazer a curva, coloco o carro na posição correcta e alivio a aceleração suavemente.
Conforme o carro desacelera, tento ver o máximo possível da curva, mantendo sempre uma velocidade que me permita evitar, sem problemas, qualquer obstáculo repentino. Ao sair da curva acelero suavemente, para que todo o processo de contorno seja feito com fluidez absoluta. Como se a curva nunca tivesse existido. Qualquer umas destas acções deve ser executada num movimento claro e coeso. Nada de balanços para a frente e para trás, nada de guinadas repentinas e desagradáveis. Toda a actuação deverá ser levada a cabo com «finesse» - de novo a palavra crucial!
Ao fazer uma curva, começo sempre por mover um pouco o volante, aumentando progressivamente o movimento de rotação conforme procedo à viragem. Imagine o volante como sendo um mostrador de um relógio. Nos primeiros cinco minutos de uma curva, o movimento é lento e suave, enquanto os próximos dez a quinze minutos vão sendo, constantemente mais rápidos. Procedo do mesmo modo ao voltar à posição inicial do volante, como se atrasasse o relógio. Os primeiros cinco minutos do movimento são relativamente suaves. A seguir acelero ligeiramente, e abrando de novo nos últimos cinco minutos conforme completo a última parte da curva.

By Jackie Stewart
Posted by MB

2 comentários:

Anónimo disse...

MB
Tens a certeza que não te enganaste a compilar?
Hoje experimentei esta técnica do JS e fiquei agoniado depois da curva. Fiquei também com dois candeeiros a mais, um deles com papeleira, e uma velha que, entretanto já devolvi à família.
Confirma lá aquela cena de acelarar nos últimos 5 minutos da curva.
jst

Anónimo disse...

acelerar e desacelerar o movimento do volante, tá!
MB