sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Relembrar António Botto ou a minha adolescência

Quando tinha 14 anos (não há muito tempo) esta História Breve... fazia parte do meu livro de português. Nunca a esqueci. Espero que gostem tanto quanto eu ainda gosto.

História Breve de uma Boneca de Trapos

Era uma vez uma boneca
Com meio metro de altura.

Insinuante, bonita,
Mas pobremente vestida.

Um ar triste – uma amargura
Diluída no olhar…
- Grandes olhos de safira,
E um sorriso combalido
Como flor que vai murchar.

Quase a meio da vitrine
Lá daquela capelista
Essa boneca de trapos
A ninguém dava na vista!

Ninguém via o seu sorriso!

Ninguém sequer perguntava:
Quanto vale a “marafona”?
Quanto querem p’la “Princesa”?...

Passaram anos. – Com eles,
Foi-se a minha mocidade
E cresce a minha tristeza.

- Quem é que dá p’la Boneca
Que os meus olhos descobriram
Lá naquela capelista
Quase à esquina do jardim?...

-Quem dá por Ela? Ninguém.

E quantas almas assim!
Julieta

5 comentários:

Anónimo disse...

Ahhh o Antonio Roto,digo Boto,gostava mais de bonecos...

Anónimo disse...

Diz-me uma coisa ó julieta.
Já arranjaste algum namorado com esta conversa?
Pois,bem me parecia.

um(a) resistente disse...

Ele tem outro poema
'Um menino como tu,
lavadinho e todo nú,
enfim gosto'

MB

Anónimo disse...

É muito bonito.

vento

Anónimo disse...

Prefiro a Neve !

Abominável